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Dor Abdominal na Infância

Dor Abdominal na Infância

A dor abdominal é uma das queixas mais comuns no atendimento pediátrico, seja na emergência ou no acompanhamento ambulatorial. A grande maioria das dores abdominais nas crianças são funcionais e se referem a processos benignos, mas podem se relacionar a acometimentos agudos que colocam em risco a vida da criança ou a doenças crônicas que podem ter graves complicações.

As dores abdominais que ocorrem podem ter suas origens relacionadas, com maior ou menor facilidade, a problemas gastroenterológicos, como diarreia aguda por infecção intestinal, pancreatite, doenças pépticas (úlceras do estômago ou duodeno), cálculos da vesícula, doenças inflamatórias do intestino (doença de Crohn ou retocolite ulcerativa), esofagites, intolerância a carboidratos (como a lactose).

As chamadas más formações – processos que envolvem o desenvolvimento anômalo de órgãos, muitas vezes necessitando correção cirúrgica – também podem gerar dores e outros sintomas que se manifestam intermitentemente ou de forma continuada. Exemplo disso é o erro na rotação do intestino no processo de sua formação.

Outras doenças cirúrgicas ainda podem estar envolvidas, como a invaginação intestinal (processo em que uma porção do intestino entra para dentro de si mesmo) ou o divertículo de Meckel (saculação congênita com poucos centímetros no íleo por obliteração incompleta do ducto vitelínico e que, frequentemente, não ocasiona manifestações clínicas). Este grande número de doenças que podem causar dor abdominal mostra como é importante a consulta pediátrica na sua avaliação.

A pneumonia, dependendo de sua localização, pode estimular terminações nervosas que tornarão a dor abdominal o sintoma de destaque. A torção do testículo ou do ovário, processos que exigem intervenção cirúrgica de urgência, assim como o cisto do ovário, têm origem no aparelho reprodutor, mas também geram dor abdominal.

Causas relativamente comuns de dor abdominal estão vinculadas ainda ao aparelho urinário. As infecções urinárias, os cálculos renais e má formações podem gerar dor e exigir exames de imagem para serem descobertas.

Existem dados clínicos que ajudam a aumentar a suspeita sobre a presença de processos orgânicos na queixa de dor abdominal na criança e no adolescente:  como perda de peso, ausência de crescimento adequado, diarreia por tempo prolongado ou doenças encontradas em parentes podem chamar atenção para acometimentos específicos que geram dor abdominal como sintoma principal ou coadjuvante.

A maioria das dores abdominais presentes nas crianças e adolescentes, principalmente as que são referenciadas ao gastroenterologista pediátrico, estão relacionadas às doenças chamadas funcionais gastrintestinais. No desenvolvimento das doenças funcionais gastrintestinais pode haver a participação conjunta de componentes sociais, psicológicos, genéticos, biológicos e ambientais.

Na dependência das características da dor, podem ser feitos diferentes diagnósticos de doenças funcionais gastrintestinais como a dispespsia funcional, síndrome do intestino irritável e enxaqueca abdominal. A constipação intestinal  pode ser reconhecida a partir da queixa de dor abdominal e a dor desaparece com o tratamento efetivo da constipação intestinal.

O tratamento das dores abdominais está  ligada à sua origem e, mais uma vez, é importante citar que medicar sem a orientação adequada pode coloca em risco a realização do diagnóstico correto e a própria saúde da criança e do adolescente.

As dores abdominais relacionadas a processos orgânicos como a apendicite aguda, cujo tratamento é cirúrgico, devem ser resolvidas tão logo possível após o diagnóstico. Outras doenças orgânicas não cirúrgicas receberão seu tratamento específico. Algumas delas, como as doenças inflamatórias intestinais deverão ser acompanhadas também pelo gastroenterologista pediátrico.

As doenças funcionais, em particular, também exigem o acompanhamento do pediatra e do gastroenterologista pediátrico e, algumas vezes, pode exigir o acompanhamento com outros profissionais de saúde. O tratamento dos transtornos funcionais gastrointestinais pode requerer medicamentos, entretanto, muitos pacientes podem melhorar com alterações alimentares simples e orientações médicas de como se comportar frente aos episódios dolorosos.

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS:

Dor abdominal -Departamento Científico de Gastroenterologia -Sociedade Brasileira de Pediatria-

                                                                                                         

 

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