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Acidentes na infância

Acidentes na infância

No Brasil os acidentes representam a principal causa de morte entre crianças e adolescentes . Mais de 90% desses eventos poderiam ter sido evitados com medidas simples de prevenção e que muitos desses acidentes acontecem dentro de casa.

 Os  acidentes domésticos mais frequentes são as quedas , seguidas por queimaduras. As lesões mais graves estão relacionadas ao calor e quedas de alguma altura.

 

Os acidentes resultam de múltiplo fatores, dentre os quais estão as características normais das crianças, como serem curiosas, inexperientes, terem espírito aventureiro e investigador, além de percepção limitada do ambiente onde está. Por isso, cabe aos mais velhos não subestimar a criança em suas capacidades e habilidades, oferecendo-lhe supervisão constante e atenta.

O risco é mais elevado para crianças em idade pré-escolar, de 2 a 5 anos, que costumam sofrer traumas e lesões com maior frequência. Nessa idade ainda não possuem o menor conhecimento dos riscos e perigos que as cercam.

 Para a correta proteção da criança o ideal é que antes mesmo do bebê nascer (por volta da 32ª semana de gestação) os pais façam uma consulta com o pediatra. No encontro, além de falar sobre vários assuntos, como amamentação, vacinas, também devem discutir questões de segurança envolvendo as crianças, como: o transporte do bebê da maternidade para casa e dali por diante; a aplicação do conceito de casa segura; e as medidas de prevenção antecipadas para todos os ambientes que a criança vai frequentar.

 

Na  prevenção ao perigo dos acidentes,  os pais devem adotar algumas atitudes, como supervisão constante e atenta; estar cientes dos perigos e riscos; e conhecer as fases do desenvolvimento de seu filho. Desse modo, podem, assim, se antecipar com a adoção de medidas corretas de prevenção, como a criação de uma casa segura, com o uso de equipamentos adequados. Não se esqueça: a criança ganha autonomia conforme cresce e logo terá a idade para reconhecer os riscos e perigos aos quais está sujeita. Até lá, a supervisão e a proteção nunca serão demais.

Alguns fatores preventivos :

1)      Educação: conhecimento dos riscos de acidentes

2)      Ambiente: melhorias e adaptações  das casas e áreas de lazer resultando em ambientes mais seguros;

3)      Fortalecimento: a participação e envolvimento da comunidade pode gerar senso de compromisso mais forte.

 

Reforço: regulamentações e legislação para a segurança infantil existem para que os produtos tenham um desempenho razoável e novas residências atendam a um nível aceitável de segurança – mas devem ser sempre cobradas e reforçadas.

Determinados tipos de acidentes são característicos de certas idades. No primeiro ano de vida, predominam as asfixias e quedas, seguidas por queimaduras e aspiração de corpo estranho; a partir de dois anos de idade, as quedas lideram o ranking, seguidas por asfixias, queimaduras, afogamentos e intoxicações; em maiores de cinco anos, ocorrem mais quedas e traumas com fraturas ósseas, choques elétricos e as outras .

Os períodos nos quais a incidência de acidentes cresce são durante as férias escolares, nos fins de semana e no verão, sempre no final da tarde e começo da noite.

Os principais fatores de risco relacionados a estes eventos são: baixa idade (quanto menor a idade maior deve ser a vigilância e a educação para prevenção deve aumentar na medida do seu crescimento); o fato dos meninos serem particularmente inclinados a se arriscar mais e, expostos às situações de risco, são especialmente suscetíveis a se exibir e superestimar suas habilidades, especialmente quando estão com seus pares; moradias em mau estado de conservação, com lajes e terraços sem proteção; com cômodos pequenos; e instalações elétricas e de gás precárias. Além disso, há a baixa escolaridade dos pais ou cuidadores (relação direta com não saber reconhecer riscos potenciais em suas moradias ou em seu entorno e não implementar medidas de prevenção).

Não podem ser desconsideradas situações que influenciam a rotina das crianças e dos adolescentes, como quadros de doenças crônicas; perda de entes queridos; convívio em ambientes tensos e estressantes. Outro aspecto que deve ser levado em conta diz respeito à ritmo de vida na atualidade, onde a pressa, as distrações e a falta de familiaridade com o entorno e moradias superlotadas aumentam as probabilidades de a criança sofrer acidentes. Outras situações, como crises de raiva e de ciúmes e a agitação e vontade de chamar a atenção podem contribuir para o aumento dos riscos.

Nas residências, os locais mais frequentes, que representam maior risco e onde ocorrem lesões mais graves, são (em ordem decrescente): cozinha, banheiro, corredor, escada, quarto e sala. Assim,  todos os cômodos devem ser examinados em separado, dadas as suas particularidades. O primeiro a ser avaliado é a cozinha, por ser o lugar mais perigoso para a criança. É nela que ocorrem a maioria das quedas, queimaduras, lesões cortantes, lacerações e intoxicações. O segundo foco de atenção deve ser o banheiro, seguindo pelo corredor e escada. Após, deve ser dada atenção ao quarto das crianças, ao quarto do casal e à sala de estar. Finalmente, cabe também ter cuidados com a lavanderia, o jardim, a garagem e as varandas.

 

Recomendações gerais da SBP (válidas para todos os cômodos)

  1. Tomadas elétricas devem estar protegidas. A fiação deve estar em bom estado e fixada no alto e os fios precisam ficar presos e recolhidos;
  2. As janelas devem ser protegidas por grades ou telas. Se forem do tipo basculante, a abertura deve estar limitada a 10 cm com corrente;
  3. Nenhum móvel deve estar em baixo das janelas para desestimular tentativas de escalada e evitar quedas; Os móveis devem ter cantos arredondados para evitar lesões e traumas;
  4. Não fumar dentro de casa e nunca na cama;
  5. Cortinas não devem ter puxadores para evitar enforcamento e circulação;
  6. As escadas devem ter portões ou cancelas (em cima e em baixo) para evitar quedas.

Recomendações gerais da SBP - Cozinha

  1. Deve contar com portão para impedir o acesso da criança, em especial no momento de preparo das refeições;
  2. No momento de preparo de alimentos, utilizar os queimadores (bocas) da parte de trás do fogão;
  3. Os cabos de panela devem estar virados para dentro e para trás;
  4. Objetos cortantes (facas, garfos, pratos e copos de vidro) devem ficar fora do alcance, em gavetas e armários com travas;
  5. Os materiais de limpeza devem estar em suas embalagens originais e fora do alcance, em armários altos e trancados;
  6. Botijão de gás precisa ser mantido do lado de fora da cozinha e as válvulas de liberação sempre fechadas.

Recomendações gerais da SBP - Banheiro

  1. Armários contendo cosméticos, medicamentos, aparelhos elétricos devem ficar no alto e trancados;
  2. O piso deve ser mantido seco. Se tiver tapete, que seja antiderrapante;
  3. O ambiente precisa ser bem ventilado, sendo que se houver aquecedor a gás, ele deve passar por controle periódico;
  4. Aparelhos elétricos não devem ser mantidos nas tomadas ou ligados após o uso;
  5. A tampa do vaso sanitário deve ser mantida fechada e travada.

Recomendações gerais da SBP – Corredor e escada

  1.  Essas áreas devem ser mantidas constantemente iluminados;
  2. O piso deve ser antiderrapante, sem tapetes ou objetos que atrapalhem a circulação.

Recomendações gerais da SBP – Quarto das crianças

  1. As camas devem ter largura de 80 cm a 1 metro, com proteções laterais e os espaços entre as grades devem ser de 5 a 7 cm para evitar que as crianças prendam a cabeça, mãos ou pés;
  2. Cuidados semelhantes devem ser tomados com os beliches;
  3. Cobertores e lençóis devem ser presos no pé da cama para evitar asfixia;
  4. Evitar colocar TV e abajures;
  5. Os brinquedos devem ser acondicionados em caixas com tampas removíveis. No caso, os usados por crianças maiores precisam ficar em prateleiras mais altas, longe dos menores.

Recomendações gerais da SBP – Quarto do casal

  1. TV e outros aparelhos colocados devem ser instalados sobre móveis firmes e estáveis;
  2. Evitar usar a mesma tomada para dois ou mais aparelhos elétricos;
  3. Medicamentos, perfumes e cosméticos devem ser guardados em armários altos e trancados.

 Recomendações gerais da SBP – Salas de estar e de jantar

  1. O espaço para a circulação precisa ser suficiente para todos;
  2. É importante serem mantidas em ordem;
  3. Os aparelhos eletrônicos devem ser deixados fora do alcance das crianças;
  4. Bebidas alcoólicas, fósforos e isqueiros precisam ser acondicionados em armário alto e trancado;
  5. Os móveis devem ter pontas rombas, sendo que as mesas precisam ser firmes, de material inquebrável e não ter objetos e enfeites pequenos que podem ser engolidos ou aspirados;
  6. Evitar plantas ornamentais de fácil acesso;
  7. As portas de vidro devem estar sinalizadas e mantidas fechadas.

Recomendações gerais da SBP – lavanderia, jardim, quintal, garagem, varandas elevador

  1. Produtos de limpeza, pesticidas, herbicidas, ferramentas e outros objetos devem ser mantidos em armários altos e trancados;
  2. Baldes e bacias devem ser esvaziados após uso e mantidos em local alto;
  3. O tanque de lavar roupa deve ter fixação adequada e não se deve deixá-lo cheio de água ou roupas;
  4. A churrasqueira deve ter fixação adequada e mantida protegida e longe das crianças;
  5. Não usar álcool líquido, pelo risco de queimaduras;
  6. A piscina deve ter muro, cerca ou grades de proteção (em seus quatro lados) e portão com tranca alta, lona de cobertura e alarme;
  7. Portões e portas de saída devem estar sempre fechados e trancados;
  8. Deve ser realizada busca periódica de plantas venenosas ou tóxicas;
  9. Menores de 10 anos nunca podem andar sozinhos no elevador.

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS:

Departamento Científico de Segurança da Criança e do Adolescente- Sociedade brasileira de Pediatria - Acidentes domésticos

 

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