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Anafilaxia

Anafilaxia

A anafilaxia é uma reação alérgica de início e evolução rápidos, com potencial risco de vida, cujo tratamento envolve não somente o controle dos sinais e dos sintomas da fase aguda, mas também o manejo clínico a médio e longo prazos, a fim de evitar recorrências.

É uma emergência médica ,o quadro clínico dessa reação alérgica caracteriza-se pelo aparecimento súbito e progressivo de pápulas eritematosas e pruriginosas e de angioedema de lábios, língua e úvula. Esses sinais e sintomas podem ocorrer concomitantemente a:  sintomas gastrointestinais, como, por exemplo, cólica, vômito e diarreia; sintomas respiratórios, com a presença de respiração ruidosa (estridor, rouquidão), dificuldades na fala, tosse e taquipneia; e sintomas cardiovasculares, como, por exemplo, hipotensão, hipotonia e hipóxia.

No entanto, é preciso estar atento, pois os sinais cutaneomucosos podem estar ausentes em 10 a 20% dos casos em crianças, além de o início da reação alérgica não ser tão imediato após a exposição ao agente desencadeante. Assim, outros critérios auxiliam no diagnóstico e devem ser observados cuidadosamente, principalmente quando o paciente chega à emergência com história de contato com substâncias às quais já teve algum tipo de reação.

AGENTES DESENCADEANTES

Entre os agentes mais comuns desencadeantes da anafilaxia estão os alimentos (principalmente em crianças), as medicações e os aditivos. Os alimentos mais estudados são leite, ovo, frutos do mar, peixe, amendoim, castanha, noz e gergelim; porém, qualquer alimento pode ser um desencadeante em potencial. Além disso, a mudança de hábitos alimentares de algumas populações contribui para o aparecimento de novos alérgenos.

A anafilaxia desencadeada por medicações são relativamente comuns, entre as quais se destacam os antibióticos beta-lactâmicos e os anti-inflamatórios não esteroidais, incluindo a aspirina e o ibuprofeno, como agentes etiológicos mais frequentes.

Especificamente para a população pediátrica, cabe também ressaltar os excipientes e os meios de preparação das vacinas, como, por exemplo, a gelatina ou o ovo na vacina contra a febre amarela.

Venenos de abelhas, vespas e formigas podem deflagrar anafilaxia e são um problema para os indivíduos que moram em zonas rurais, não somente pela maior exposição, mas também pela dificuldade em obter socorro, o que exige cuidados especiais de intervenção precoce.

Pacientes com historia de asma, rinite e eczema severos estão mais suscetíveis a quadros graves de anafilaxia.

TRATAMENTO

A medicação mais importante no tratamento da anafilaxia é a adrenalina, cuja pronta administração possui implicações significativas no prognóstico. Reduz as chances de mortalidade, uma vez que possui efeito vasoconstritor e broncodilatador, diminui o edema, alivia.

A resposta inicial ao tratamento varia conforme o tempo, portanto, a observação constante é necessária. Alguns pacientes respondem rapidamente à administração da adrenalina, enquanto outros já apresentam ou evoluem para sintomas respiratórios e cardiovasculares que exigem terapia mais agressiva. Uma vez controlada a situação, e estando o paciente bem, é preciso definir os critérios para a alta hospitalar.

Pacientes, cuidadores e familiares da criança devem estar aptos a reconhecer, prontamente, os sinais e os sintomas da anafilaxia. Recomenda-se, ainda, o uso de pulseiras de identificação do fator desencadeante.

A maneira mais eficiente de evitar um quadro anafilático é excluir a possibilidade de contato com o agente desencadeante. No entanto, essa orientação, embora possa salvar vidas, nem sempre é possível, além de as recomendações dependerem do tipo de desencadeante.

Em casos de anafilaxia desencadeada por alimentos, a mais frequente na infância, a conscientização do paciente e, sobretudo, da família e dos cuidadores acerca dos alimentos que possuem o alérgeno em questão, bem como das chances de possíveis reações cruzadas e contaminações, é de fundamental importância.

Entre as recomendações para prevenir futuras exposições, estão a leitura de rótulos de produtos e o cuidado em restaurantes e comemorações, uma vez que, nessas situações, o controle da ingesta do agente desencadeante pode ser difícil.

Uma vez diagnosticada a anafilaxia, o paciente necessita ser avaliado pelo especialista (alergista ou imunologista), a fim de identificar os fatores desencadeantes, prevenir futuras exposições e propor tratamento adequado (imunoterapia, dessensibilização, prevenção do contato com desencadeante).

Referencia
Suzana Tschoepke Aires , Anafilaxia, Revista de Pediatria SOPERJ - v. 13, no 2, p21-28 dez 2012

 

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